Tudo começa com um sorriso. Depois, um elogio. Um atrás do outro. Quer maneira melhor de mexer com as pessoas do que massagear o seu ego? Uma conversa aqui, outra ali, e surge uma amizade. Pronto, é a deixa para lhe pedir um favor. Pequenino, não vai te atrapalhar. Você faz. A pessoa-polvo avança. Delicadamente, ela força um contato com aqueles que são próximos a você. Conquista-os. Ou finca um de seus braços em algo que é só seu. O que ela quer? Mostrar ao mundo o quanto vocês são próximos. Outro favor. Mais outro. Em um piscar de olhos, a pessoa-polvo está na sua casa, sentada à mesa com a sua família. Quando você se dá conta, a pessoa-polvo fincou cada braço em uma área da sua vida. Ao contrário do polvo, ela lhe sugará. Usará você. Tomará conta do que é seu. Amizade? Você acreditou mesmo nisso?
Eu não acredito. Sei reconhecer uma pessoa assim logo em seus primeiros passos. O que faço? Corto seus braços sem dó. Porque de ingênua eu só tenho o sorriso. E se alguém tem de ganhar algo com aquilo que construí, esse alguém sou eu.