Um suspiro. Foi como tudo começou. Olhou-o de longe e ele não notou. Nem no começo, nem no fim. Mas ela o acompanhava de soslaio. Sorrateiramente, como só ela sabia fazer.
“Eu quero guardar teu beijo na concha das mãos…”
Ele mandou um beijo de longe. Mentira. Ele sorriu para ela. Verdade. Mas ela não viu porque estava muito ocupada olhando para o chão.
“Sou alvo pros teus olhos claros parecidos com essa estação…”
Ele a olhava, ela sabia. Mas quanto? Como era esse olhar? Curiosidade? Receio? Desejo? Assombro? Encanto? Podia ser de amor.
“Adoro os efeitos sonoros de quando você sussurra absurdos no ouvido do meu coração…”
Dali uma história nasceu. Apenas para ela. Os mil diálogos, as dez mil situações, os vinte mil encontros, os infinitos quero você só para mim.
“Se eu corro, eu corro demais só pra te ver, meu bem…”
Foram poucos dias. Nunca mais o viu. Mas queria vê-lo de novo. Um dia sim, no outro, também.
“É que eu quero um socorro.”
Olhos nos olhos. Um para o outro. Acredite, faria toda a diferença. Porque aí sim seria apenas o começo. Um começo de verdade.
*
Os trechos são da música “Se eu corro”, de
A banda mais bonita da cidade. Para ouvir,
aqui.
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