O problema de um relacionamento nunca é o ciúme, é a indiferença. O amor é justamente misturar defeitos e qualidades e se humanizar violentamente, então eu faço a defesa do ciúme. Se a gente tem a capacidade de legitimá-lo, de aceitá-lo, ele acaba ajudando no relacionamento. [...]
Se uma mulher está sendo barraqueira, obsessiva, ela tentou avisar do ciúme antes, mas não foi correspondida. [...]
[...] a gente só pensa nos efeitos colaterais, mas esquecemos deste lado generoso dela, do lado cúmplice, de que ela é transparente, sincera, se ela não gostar de algo ela vai dizer, se gosta também, ela não vai se guardar para depois. Ela é pontual amorosamente, está sempre pensando numa maneira de surpreender, na rotina ela acaba sendo uma mulher mais próxima, também. Ela é a melhor companheira que existe, porque não está se disfarçando e entende que o amor é esta explosão. Só que as pessoas não confessam que querem isso.
[...] há um individualismo que de certa forma não faz a gente querer um amor, mas uma amizade. Não queremos nos desesperar por alguém, queremos mesmo é evitar o sentimento extremado. Se você pode sair e voltar a qualquer hora, se você tem o controle do que você pede num relacionamento, isso é tudo menos amor. Os relacionamentos hoje são mais acordos do que entregas, mas na verdade queremos alguém que possa nos reconhecer.
Fabrício Carpinejar, trechos de entrevista para o iG.
O texto completo,
aqui.
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Obrigada, Carpinejar. Agora não me sinto tão deslocada no mundo.
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